A primeira das coisas a se adaptar é com os horários mexicanos. Primeiro, porque aqui em geral as coisas acontecem sempre mais tarde: almoçam das 14h às 16h, jantar só depois das 9 e tantas, o comércio fecha às 19h... Tudo aqui é mais tarde! E eles também aparentam dormir tarde e pouco, além de trabalhar mais, acho - comércio em geral abra às 8h e fecha às 19h. Mais drástico que isso, é só o rigor com horário... hehehehe. Se no Brasil a gente não tem nada de britânico, aqui é bem pior. No final de semana, íamos nos juntar na casa onde estou às 20h30 para ir para uma boate às 23h. Eu, já sabendo do padrão só fui me arrumar depois das 10h... Resumo da ópera: o pessoal chegou aqui quase 11h e fomos para lá por volta de meia-noite e meia. Ainda falta descobrir qual é a taxa de conversão de tempo mexicano para tempo normal. =p
Outro ponto delicado é a comida. Em general é bem condimenta, temperada e muito muito gostosa. Só há um problema pra mim: em geral também é bem picante. No almoço no orfanato não tem problema, porque eles não colocam chile diretamente na comida das crianças. Quando como fora também não, porque sempre peço os pratos sin chile. Só estou tendo um pouco de trabalho aqui no host. Apesar de pra eles a comida não estar nada nada picante, nas últimas refeições eu tive que tomar pelo menos uns 4 copos de líquido para aguentar.
Nessa história de no Brasil ter várias culturas, a gente não tem uma culinária tão específica como a deles. Tipo, a gente tem feijoada, rabada, buxada e tal... Mas a gente só come isso de vez em quando. Comemos muito mais frequente no McDonalds, Burguer King ou Pizza Hut. Eles não, sempre estão comendo comidas mexicanas - taco, quesadillas, pambazos... E até nas hamburguezas eles tão um toque mexicano, colocando abacaxi ou abacate - sim, dois ingredientes doces que eles sempre colocam em sanduíches!
E, claro, temos que reservar um parágrafo só para as tortillas! Elas são a coisa mais, mais básica da cozinha mexicana. Elas são discos de massa fina feitas de milho que conhecemos nos tacos e, na casa de um mexicano, devem estar presentes em todas as refeições, ou fazer parte do prato principal. Aliás, a comida mexicana é muito baseada em massas de milho. Por isso que no México dizem que há muitos problemas com obesidade - embora eu não vejo pessoas obesas onde vivo.
Encerrado o ensaio sobre comidas, vamos falar das pessoas daqui. Elas são um show a parte! Até agora não encontrei ninguém que fizesse questão de nos tratar bem. Sempre bastante receptivos e com um sorriso largo no rosto, são pessoas agradabilíssimas de se conviver! Nesse ponto se parecem com brasileiros (deve ser assim com latinos em geral...) - talvez até mais. Segundo o pessoal daqui, os mexicanos parecem realmente de gostar de extrangeiros e coisas importadas, às vezes dando até mais valor que as coisas de casa.
Dia desses estava indo à casa onde estão os outros brasileiros aqui e, como do lugar que estava no ônibus não consegui ver a casa, acabei passando da parada e fui parar na estrada para outra cidade. Falei com uns garotos no ônibus e eles me apontaram em uma parada que do outro lado da estrada estava o ônibus para voltar. Desci do ônibus correndo, mas o outro saiu primeiro e, no final da história, tava sozinho no meio de uma estrada com só duas casas perto. Sorte minha que um cara que estava indo para o outro lado da estrada se ofereceu a voltar comigo e, antes que eu dissesse não era necessário, ele emburacou no ônibus. Super prestativo - e no final ainda queria pagar minha passagem. E eu morrendo de medo que ele fosse me assaltar ou coisa do tipo!
Por falar nesse incidente, eu meio que venho sofrendo uma onda de azar desde que vim para o México:
i. Sem saber que podia trocar direto de real para peso, troquei meu dinheiro inicialmente para dolar, perdendo um bom dinheiro com isso.
ii. Caí no rio com máquina, celular e tudo... E quase me machuquei feio.
iii. Para não comprar chip daqui, peguei um emprestado com um amigo. Já gastei 150 pesos, enquanto o novo custava 150, trazia 300 de bonus e dá direito a três números grátis
iv. Perdi a parada do ônibus e fui parar lá na pqp
v. Outros que devo estar esquecendo...
Xô, urucubaca! Mas todo problema trás consigo um aprendizado:
Lição 2: Nunca demore demais para perguntar se sua parada já passou
Promessa: Estou sem minha máquina porque ela está descarregada e não tenho adaptador para as tomadas daqui. Assim que fizer ela funcionar de novo, vou editar esses tópicos novamente enchendo-os de fotos. E também vou corrigir os erros de digitação desse post, porque estou com preguiça de reler. Prometo.
Hasta luego!